Minibio
A. Shakti é uma artista visual, preta e periférica. Escritora, produtora, é tijucana de nascimento, moradora e amante de São Gonçalo, é uma artista, cuja criação nasce do cotidiano vivido, da afro-brasilidade pulsante e de ruídos sociais.
Na pintura, constrói e desconstrói pensamentos com óleo e tinta acrílica, traduzindo memórias, afetos e presenças que muitas vezes são silenciadas — mas nunca ausentes. Sua arte é crítica, reveladora e, por vezes, ácida.
É visionária do Periferismo, conceito que formulou como um convite, não como doutrina.
É identidade e fortalecimento que valoriza a arte periférica — não como molde, mas como movimento vivo, aberto e instável. Um gesto de reconhecimento da importância de uma arte muitas vezes marginalizada.
Suas concepções não se curvam a padrões: ela existe, afirma, atravessa e permanece.
Descrição de prática
Cada tela apresentada nesta exposição é mais do que uma representação artística; é um conto visual, repleto de simbolismos e paralelos, que ecoam as histórias e pela ótica de da artista.
1. Narrativas em Cores e Pinceladas: Cada tela é uma narrativa viva, contada através de cores vibrantes, retratando a natureza e pinceladas expressivas. Agni Shakti utiliza sua paleta de cores livremente, captando não apenas a essência da negritude, mas também a complexidade das emoções humanas e a riqueza da sua narrativa artística.
2. Simbolismos e Paralelos Culturais: As obras apresentadas nesta exposição estão imbuídas de simbolismos e paralelos culturais que se entrelaçam com feminilidade. Cada detalhe, desde os padrões geométricos até os elementos naturais, carrega significados profundos, celebrando o dar voz à realidade.
3. Releituras Criativas: Agni Shakti revisita obras icônicas da arte a, reinterpretando-as de maneira criativa e provocativa. Suas releituras são um convite à reflexão, desafiando as percepções tradicionais e oferecendo novas interpretações que ressoam com a realidade contemporânea.
4. Diálogo e Resiliência: Cada tela é um ponto de partida para um diálogo. Agni Shakti utiliza sua arte como uma plataforma para celebrar a resiliência, a resistência e a vitalidade do povo afro-brasileiro e as mulheres, incentivando o público a reconhecer e valorizar a contribuição da cultura negra para a identidade nacional.
5. Um Convite à Reflexão e Conexão: Esta exposição não apenas convida à reflexão, mas também à conexão. Cada espectador é convidado a se ver nas histórias contadas por Agni Shakti, a encontrar paralelos em suas próprias experiências e a celebrar a beleza da diversidade. É um convite à empatia, ao entendimento e à celebração da riqueza da cultura.
Buscando o seu espaço, definiu a sua própria identidade artística, desconectada de padrões eurocentristas, elitistas e academicistas que marginalizam a arte visceral. A sua bandeira é Periferismo - Movimento Artístico.
Manifesto
Periferismo- Palavra Solta
Periferismo é presença.
É a linguagem que nasce onde a escuta é rara.
É expressão que emerge da margem,
mas não se limita a ela.
É a #arte que não pede licença.
É o gesto que carrega vivência.
É o corpo, a cor, o traço, a textura, o som, a ausência —
tudo que expressa o que muitos não quiseram ouvir.
Não se define por técnica, matéria ou formato.
Pode ser pintura, pode ser palavra, pode ser trança.
Pode ser o que não foi nomeado ainda.
Tudo o que traz consigo uma narrativa própria,
um olhar de dentro, uma afirmação de existência.
Cada obra periferista carrega sua origem.
Se apoia no contexto.
Traz perspectiva, ângulo, profundidade.
Mas não há regra.
Não há padrão.
Não há estética fixa.
O periferismo se recusa a caber.
Não quer legitimação.
Quer presença.
Quer permanência.
Quer ruptura.
Quer re-existência.
É arte que se faz a partir da experiência,
da vivência, da realidade transformada em visão.
É a identidade que se expressa em liberdade.
A palavra solta é de origem não é um molde.
É um convite.
Aberto, instável, vivo.
Para quem sente.
Para quem cria.
Para quem é.