A artista plástica Brasileira/ Luxemburguesa Joanna Scharlé de Vasconcelos leva-nos a seu ateliê. Prateleiras, gavetas, cavaletes; óleos, nanquins, murais. Etapas da artista multifacetada de família europeia (Albert Scharlé um luxemburguês que implantou a siderurgia no Brasil ). Os pais Cristiano Lana de Vasconcelos e Josette Marie Scharlé de Vasconcelos enviaram-na a escolas europeias que enfatizavam cultura e arte. Felsted/Essex, na Inglaterra (1996), e em Lausanne, na Suíça (1999). Aos 12 anos frequentava museus (fascinada pelas obras do “Museu de Cera” londrino). “Fiz teatro e fotografia na Inglaterra; canto e desenho na Suíça; canto-coral nos USA.” “No Brasil, com Solange Botelho, com papel de boa qualidade e lápis duros usados de modo reto, aprendi a sombrear na mais difícil posição. Seguíamos ensinamentos do mestre de Solange, Alberto da Veiga Guignard.” “Das cores renasço e delas retiro o que posso”. “Surpreendo-me ao ver a tela pronta, o desenho, a escultura acabada”. “A Arte exige que mostremos ao espectador – como no teatro – um pedaço do sentir que persiste”.
Joanna Scharlé de Vasconcelos após quase 100 anos de sua vinda de seu bisavô Albert Scharlé ao Brasil, foi descoberta por um grupos de Europeus/ Luxemburgueses que vieram a casa de sua mae Josette Marie Scharlé de vasconcelos fazer pesquisas sobre Dr. Scharlé e se encantaram com as obras de arte de Joanna e a convidaram para Expor seus trabalhos na inauguração da Embaixada do Luxemburgo; Joanna Scharlé se tornou um laço entre Luxemburgo e Brasil conforme disse o Embaixador Karlo Krieger na vernissage de Joanna. E nos anos seguintes a artista também foi convidada para participar em eventos culturais nos consulados do Luxemburgo espalhados pelo Brasil. / Joanna scharlé pós-graduada em Arte Contemporânea, Escola Guignard “Busco o provocativo da expressão em rostos distorcidos com olhar indagador, em deslocamentos.” Tons pulsantes impregnados de observação e imersão internacionais, através da junção memória/pesquisa, Joanna Scharlé permite-se a violenta (e bela) explosão pictórica. Ilustradora exímia, associa imagens oníricas de bicos-de-pena em cores à sagaz percepção do texto literário. Fazendo esculturas, depurou a capacidade de perceber figuras em geométricas composições de letras, números, objetos e sombras, resultando “cubísticas”
representações do cotidiano. Surreal, aprofunda-se no distorcido imaginário “picassiano”, tal ocorre na pirotecnia textual de Murilo Rubião. Forças evoluem da face sofrida/contemplativa dos retratados (cite-se Di Cavalcanti) – rumo ao sossego estilizado em pedras pelas
mãos da artista. “Da cerâmica herdei ideias e repassei-as a telas como cabeças e figuras, ênfase dada à ‘geometricidade’ e ao negativo da imagem”. Trata-se da afirmação de um expoente da arte mineira rumo a âmbitos mais vastos.