Sintetizador
de 22 de março de 2022 até 14 de abril de 2022
Galeria Virtual Arttere
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https://www.arttere.com.br/galeria/index_sintetizador.html
Qual é o poder de uma pintura? Por que ainda hoje somos obcecados por uma imagem?
Diante algumas pinturas tenho uma forte reação (por isso optei por pintar) e, através do meu trabalho, busco este "impacto" não no sentido tradicional da palavra, de choque, mas fisgando pelo olhar, convidando o espectador a entrar e navegar na imagem, se possível, pelos caminhos que determino.
Não utilizo a representação clássica, trabalho por meio da síntese, simplificando e fortalecendo o uso de formas e cores. É pintura pura, onde o desenho é coadjuvante e sua força vem da tinta, do gesto e da matéria.
Como todo pintor, considero o processo como parte fundamental da realização de uma pintura, essa construção pictórica com suas questões e desafios, traça um caminho próprio, caótico, que equilibra gesto, materialidade e desconstrução, com muito espaço para o impreciso, o experimental, o erro e os traços deixados no processo.
Citando Richard Diebenkorn: "Não há nada que eu não possa pintar por cima.”
Cada pintura individualmente tem um pensamento particular. Porém, não presto atenção a este fato, costumo trabalhar em várias simultaneamente onde um pensamento me leva a outro e tecem rapidamente uma teia de soluções pictóricas com composições de conotação e efeito variados.
Não há narrativa linear, os acontecimentos ocorrem em fluxos expansivos, contrativos; às vezes contraditórios ou cumulativos. Um aspecto aqui levantado, uma solução pictórica, uma forma, uma cor, se repete ali, de outra forma, vista de outro ângulo, pensada em outra cor.
Citando Italo Calvino: “Quem somos nós, quem é cada um de nós senão uma combinação de experiências, informações, leituras, imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma amostra de estilos, onde tudo pode ser continuamente embaralhado e reordenado de todas as maneiras possíveis.”
O resultado é uma pintura de rigor formal, que utiliza técnicas e meios tradicionais, mas toda essa liberdade processual gera obras muito diferentes umas das outras, que por vocação própria são inacabadas e potencialmente infinitas.
Texto e obras do artista convidado:
Cassio Leitão,
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