histérica #1
                                
                                Cadastrado em 18/10/2022
                                
                                
                                  
                                
                                Data:
                                2020
                                
Tipo de obra:
                                Arte Têxtil
                                
Técnica:
                                Tufagem e bordado manual
                                
                                
Dimensões:
                                
                                Localização:
                                
                                
                                Cor primária:
                                
                                Cor secundária:
                                
                                
                                
                                Descrição:
                                O conceito principal da série partiu de um interesse pela ressignificação dos estudos psicanalíticos de Freud em torno do diagnóstico e tratamento de mulheres histéricas feita por escritoras e artistas feministas nos anos 80. Neste contexto, escritoras como Elaine Showalter revisitaram a histeria como a primeira manifestação contra valores patriarcais—uma manifestação corpórea, visceral, e inconsciente em resposta a opressões e traumas sofridos, e posteriormente reprimidos. Showalter usou o termo “protolinguagem” para definir essa manifestação inconsciente, uma linguagem que vem antes de qualquer linguagem, e durante todo o processo de criação dessa série eu mantive esse foco: como seria uma protolinguagem visual? Quais conjuntos de símbolos, cores, e formas poderiam expressar aquilo que vive sob a superfície? Me sinto extremamente atraída pelas partes místicas, mitológicas e instintivas-como-criaturas (creature-like) que compõem a experiência humana.
O processo de criação então se dá através de uma aproximação intuitiva ao sujeito, que começa com linhas e formas e assim se desenvolve em cores e texturas, tomando vida própria. Em algumas peças como “histérica #7, Baubo” e “histérica #9, O Riso da Medusa” me inspirei também em contos mitológicos de mesmo nome analisados por Clarissa Pinkola Estés e Hélène Cixous. 
As peças são criadas utilizando-se de uma maioria de fios que garimpo em centros de reciclagem e brechós, e/ou que recebo como doação, com o intuito de diminuir o impacto ambiental de resíduos têxteis nos aterros. Utilizo dois tecidos de base, o pano de monge e o linho, e os trabalhos são finalizados com látex para asseguramento dos pontos.