Nadia Saad é uma artista visual brasileira que, há quase 40 anos, direciona a sua pesquisa artística ao trabalho com a cerâmica e a seus desdobramentos, visando à construção de manifestos visuais únicos. Os horizontes expressivos da artista também flertam com a bidimensionalidade, tanto no desenho como na aquarela.
Saad começou a sua formação com uma curta passagem pelo Sesc Pompeia, em São Paulo. Depois disso, partiu em busca de referências que se aproximassem das suas aspirações artísticas, encontrando-as na obra da ceramista Célia Cymbalista, de quem foi aluna por um ano e assistente por outros dois. A partir desse contato, iniciou o seu voo solo de criação e de pesquisa.
A obra de Nadia Saad é diversa e multifacetada. Em suas criações, a artista mobiliza tudo aquilo que encontra pela vida, e o seu espírito inquieto a leva a mundos tangíveis e intangíveis. Ao longo do tempo, Nadia arquitetou o seu próprio universo – no início, composto por objetos escultóricos denominados de “Planetas”, para os quais foi buscar inspiração nas imagens do satélite Hubble, da Nasa. Quando sentiu a necessidade de se aventurar pela expressão figurativa, Nadia encontrou na figura do mestre Israel Kyslanki novos caminhos. Impulsionada por Kyslanki, desvencilhou-se do figurativo realista e passou a criar os seus próprios personagens e expressões figurativas. Nesse contexto, a artista afirma que estabelece frutíferos diálogos com a matéria e com os personagens que dela vão nascendo. Entre as suas séries figurativas, estão os trabalhos “Os Companheiros de Viagem”, os “Totens” e os “Estudos Tubulares do Feminino”. Desse modo, em um diálogo ou confronto contínuo entre matérias, argila, artista e espectador, Saad estrutura processos multidisciplinares de criação, sempre buscando formas novas de existir.
A artista participou de várias exposições individuais e coletivas. A sua mais significativa exposição individual, “Ponto de Mutação”, foi realizada em 2009 no Banco Central do Brasil, em São Paulo. Além disso, recebeu diversos prêmios, sendo os mais significativos o primeiro lugar na categoria artística/conceitual do concurso “A Xícara do Museu”, promovido pelo Museu do Café de Santos, em 2020; o Grande Prêmio Bunkyo, pelo conjunto da sua obra, no contexto da comemoração aos 100 anos da Imigração Japonesa no Brasil, em 2008; e o primeiro lugar do Prêmio Bunkyo de Arte Craft, em 2007.
Com base na sua formação em Psicologia e em sua longa experiência como artista visual, especialmente como ceramista, Nadia oferece aulas em oficinas de cerâmica, nas quais tenta oferecer aos participantes todas as condições para que exercitem o potencial da imaginação e comecem a trilhar um percurso criativo próprio, em formas moldadas em argila.