Odilon Cavalcanti

Memória Biográfica de Odilon K. Cavalcanti (Odilon Kleber Cavalcanti)

Odilon Kleber Cavalcanti, mais conhecido como Odilon Cavalcanti, nascido em 30 de julho de 1952 no Recife, Pernambuco, é um artista plástico brasileiro cuja trajetória se estende desde a infância mais tenra até os dias atuais. Desde muito cedo, aos 2 anos, já demonstrava sua vocação para as artes visuais, criando caricaturas dos visitantes da casa de sua família.
Após morar no Rio de Janeiro e no Recife, durante os primeiros anos da infância, Odilon estabeleceu-se em São Paulo em 1960, onde estudou e iniciou sua carreira como artista plástico.
Embora tenha começado seus estudos em arquitetura, logo abandonou essa proposta para seguir sua paixão pelas artes visuais. Seu professor na faculdade, mentor e amigo, o também artista concretista Mauricio Nogueira Lima, reconheceu nele uma promessa nas artes visuais.
Aos 16 anos, Odilon principia seus estudos de artes e “no começo da década de setenta inicia sua carreira como pintor, participando dos principais salões oficiais de São Paul e Rio, tendo por sinal recebido menções elogiosas, principalmente do pessoal ligado à crítica criativa” diz Maurício Nogueira Lima no texto que subscreve do catálogo da primeira Individual de Odilon. Como autodidata das Artes Visuais, aprofundou-se nos movimentos brasileiros de arte, incluindo a Semana da Arte Moderna, o Concretismo Brasileiro e a Pop Arte Brasileira. Ele também compartilhou ateliê com Mauricio Nogueira Lima, quando estabeleceu contato estreito com outros artistas do grupo Nova Figuração, Claudio Tozzi, vizinho de seu atelier na Rua Minas Gerais em São Paulo além de Marcelo Nitsche, Gilberto Salvador, Vera Ilse, etc.
Em 21/02/1974 Odilon casa-se no Recife com Malouh Gualberto, sua companheira e sócia no seu ateliê, meses depois o retorno dela da Europa, onde fora estudar fotografia em Genebra, Suíça.
Durante sua carreira, Odilon trabalhou também com artes gráficas, criando livros e catálogos para outros artistas e projetos premiados. Mora no Recife até 1975 depois do nascimento de suas duas primeiras filhas Gabriela e Nara. Já em S. Paulo nasce sua terceira filha Luara. Dedica-se ai a construção de uma carreira solida se preparando para exposições futuras.
Em 1984 faz suas primeiras exposições individuais em S. Paulo e Rio de Janeiro a convite de José Duarte de Aguiar expoente das mostras de artes visuais em S. Paulo. Em 1985 é convidado a trabalhar em Belém do Pará onde dedica-se, particularmente, ao seu trabalho de pintura e desenho e expõem no Centur e no Museu da Cidade de Belém, além de participar de exposições coletivas com os artistas contemporâneos em atividade no Estado, como Paulo Campinho, Emanuel Nassar, Geraldo Teixeira e outros.
Em 1987, volta à Pernambuco e vai morar na Ilha de Itamaracá com objetivo de se dedicar exclusivamente a sua pintura no atelier que inaugura na Ilha. Voltando ao Recife cria um atelier de artes gráficas, quando estreita a amizade com Francisco Brennand, que se torna um dos seus principais clientes nesse estúdio, que recebe diversos prêmios por seu trabalho. Em 1988 é homenageado com uma grande exposição de sua obra pictórica no MAC de Olinda. Expões à convite do grande crítico Mark Berkowitz no IBEU Rio e recebe o prêmio IBEU de melhor expositor
de 1988, sendo convidado então para expor sozinho no IBEU Copacabana no ano seguinte.
Em 1991, participa e cuida das peças gráficas do Projeto Estética de Resistência com a curadoria do renomado crítico de arte Alberto Beutenmuller, mostrando artistas contemporâneos locais. Estas exposições acontecem no Recife e em S. Paulo também, na Galeria Nara Roesler.

Em 1992, participou do movimento de intercâmbio cultural de artistas brasileiros do nordeste e franceses do sul o Projeto Le Hórs là, um encontro entre Brasil e França que o leva a Marselha e Haia (Holanda). Na volta da França elaborou as pinturas de seu Manifesto, o projeto “Trans Concreto”, que consiste em pinturas manuais em mais de 20 outdoors nas principais avenidas
Recife, e na Avenida Sumaré em São Paulo, em 1993/1994.
 O poema que abre o manifesto é amplamente divulgado em todas as mídias da época: “Quero uma arte de equilíbrio entre pensamento, emoção e ação. Quero a cor pura, mesmo que
contaminada. Não quero a figura revelada pela luz. Quero transfigurar pela luz.”
Volta Rio e a São Paulo e para edição deste projeto e aí se estabelece novamente agora em seu atelier até os dias atuais na Serra da Cantareira- Mata Atlântica-
No final do século XX, colaborou com fotógrafos proeminentes, como Ed Viggianni e Celso Oliveira, no projeto gráfico do livro “Brasil Bom de Bola”, comemorativo da Copa do Mundo na França.
Em 1999 desenvolve sua principal obra social: o projeto pedagógico ASA, voltado para o autoconhecimento e inclusão de jovens e crianças provenientes da periferia e vítimas de algum risco social por meio das artes visuais. Esse projeto recebeu diversos prêmios, incluindo o Instituto Ayrton Senna e a e de uma companhia inglesa de aviação que os levou a Londres acompanhando crianças do Projeto em viagem de estudos por museus ingleses.
A convite de empresa de porcelanas junto  a outra  empresa produtora de café,  bastante famosa no país aliás,  expõem junto a Aldemir Martins, Claudio Tozzi, Maria Bonomi, Odilon Cavalcanti As empresas produzem canecas comemorativas  da exposição com suas obras que são distribuídas em todo Brasil, dezenas de milhares de exemplares com imagens criados pelos artistas expostos.
Em 2004/2005, ele e sua mulher Malouh, desenvolvem estudos de viabilidade de Projeto Sócio Cultural multidisciplinar para populações ribeirinhas do Rio Amazonas na cidade de Gurupá, primeira capital do Estado do Pará que infelizmente não é implantado. O projeto prevê a criação de um Centro de estudos voltados para sustentabilidade da Floresta Amazônica visando sua preservação produtiva.
Percebendo a necessidade de incluir conscientizar as crianças do entorno de parques de conservação, e aproveitando o know-how adquirido na Amazônia Odilon criou outro projeto ” o
Terra da PAZ  também junto a sua mulher, quando começam sua trajetória ativista pelo meio ambiente na Serra da Cantareira, em meio à Mata Atlântica, onde integravam crianças por meio
de arte e fotografia às matas dos parques locais. Este ativismo, a partir daí, cresce e se desenvolve.

Faz a curadoria diversas exposições e eventos com Malouh Gualberto, todos eles voltados
para a preservação ou conservação do meio ambiente.
Novamente como curador, cria os projetos fotográficos Trilhas do Olhar. Fazem 17 exposições com apoio do arquiteto Cesar Fedato. Estes projetos são vistos por mais de 200.000 pessoas em galerias, museus, parques de conservação; em exposições no Brasil e Portugal e também d forma virtual, pela internet.
Hoje Odilon dedica-se mais a fotografia ambiental que assume como linguagem plástica e cria o projeto Semente da Bienal Nacional de Fotografia Sou Ambiente pretendendo ser um alerta à necessidade urgente da renovação dos territórios desmatados e da sustentabilidade no trato com os meios ambientes naturais.

Odilon K. Cavalcanti continua a inspirar, com sua visão artística e seu compromisso com a educação e inclusão por meio das artes visuais.
 

Obras de arte

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