Tenho a sensação de que hoje em dia tudo está se desmoronando, apodrecendo, se desintegrando. Instituições financeiras, educacionais e principalmente política, estão, como que combinadas, sendo destruídas. O homem é o principal protagonista, claro. Guerra, fome, distribuição inadequada de renda, miséria e doenças, fazem parte do individualismo e ganância do ser humano. É inútil e ingênuo culpar uma entidade dita superior de toda essa atrocidade. Assistimos a tudo como se estivéssemos diante de uma série em um streaming qualquer. Caráter, honestidade, compaixão e outros atributos nobres do ser humano, caem como uma velha casa em que o alicerce não sustenta mais. O que sobra, como numa velha pintura, dessa mesma casa, são resíduos ou fragmentos do que era antes.
Pensando nisso, e, querendo de algum modo expressar isso em arte, me ocorreu de ir buscar esses elementos materiais para dar suporte a um possível conteúdo artístico. Resto de matérias que caem de velhas paredes, e que antes era uma pintura ou letreiro de uma publicidade, vidros quebrados, cascas de tintas, embalagens de produtos consumidos por nós, inserção de ícones modernos e digitais, referências filosóficas, literárias e artísticas, habitam este meu universo artístico no momento.