Mantos cortantes para xamãs desesperados: máscara Elx
Cadastrado em 15/09/2020
Data:
2020
Tipo de obra:
Assemblage
Técnica:
Materiais encontrados, fio e grampos de cobre
Dimensões:
A 0,40 x L 0,46 x P 0,40
Localização:
Vão Espaço Independente de Arte
Cor primária:
prata
Cor secundária:
preto
Descrição:
Eu crio esculturas muitas vezes vestíveis com lixo e materiais descartados que se desdobram em retratos e foto-performances. A série de “Mantos cortantes para xamãs desesperados” aborda uma série de questões ambientais e comportamentais.
“A primeira delas traz à tona discussões como o excesso de consumo, a produção em larga escala e por consequência o descarte dos mesmo na mesma proporção, e suas reverberações em questões ambientais”-Carollina Lauriano. A segunda, comportamental, estabelece um diálogo poético entre intransigência e maleabilidade, apresentando estruturas metálicas que se comportam como tecidos leves. “Outro tema contemporâneo que emerge desses objetos vestíveis é a construção de uma identidade social, muito baseada na dinâmica da interação online. O que de nós está sendo revelado e o que está oculto por trás da criação de uma persona? Ou ainda, em tempos de notícias falsas e anonimato, qual a veracidade das informações que nos foram apresentadas e como a proliferação de avatares e bots corroborou a desestabilização de um sistema democrático?”-CL.
Essa série de objetos, vídeos e fotos criados a partir de lixo e materiais reciclados gira em torno do tema da destruição ecológica, através da superabundância de materiais que refletem agendas consumistas, e da ambivalência à ciência demonstrada por políticos em todo o mundo. Um artigo do jornal Le Monde de 4 de abril de 2020 oferece evidências de que nossos modos de vida estão na origem de pandemias: o desenvolvimento humano é um ecossistema perturbador, e esta série de retratos representa a extravagância de vestir símbolos de nossos fracassos, em que lixo imita luxo.
A “máscara Elx” reflete uma série de influências, das tribos etíopes do Vale Omo ao busto da Dama de Elche ou Elx. Estas vestes e adornos corporais abraçam o poder xamânico de vestir esculturas e máscaras, da antiguidade a Joseph Beuys, do Carnaval a Goya, James Ensor e Marcel Dzama. O xamã é outro ou é o verdadeiro eu? A máscara esconde ou revela?