Pandemia Nebulosa I
Cadastrado em 25/10/2020
Data:
2020
Tipo de obra:
Fotografia
Técnica:
Fotografia
Dimensões:
A 0,98 x L 0,70
Localização:
Acerco Particular
Cor primária:
Cinza
Cor secundária:
Branca
Descrição:
O significado da palavra nebulosa, nos remete à algo indefinido, de difícil entendimento ou à uma nuvem interestelar. Onde muitas vezes, há formações estrelares, de gases, poeiras que se juntam e acabam formando massas densas dando origens a estrelas.
Acredito na energia planetária, onde tudo está conectado e é feito a princípio, de energia, inclusive nós.
As fotografias surgiram a partir de desenhos em carvão, ao retratar uma nebulosa, saiu uma floresta, depois outra em chamas e então árvores sobreviventes entre outras queimadas se conectam entre si. Uma alusão às queimadas que acontecem com desdém durante a pandemia. Nossos povos estão sofrendo, nós iremos sofrer juntamente com eles, nosso planeta e nosso universo.
As raízes conectadas, galhos e a atmosfera nos desenhos se esboçaram com as nebulosas. O processo do trabalho fez essa conexão. Então surgiu o sentido antagônico do claro preencher o escuro, do ouvir para não ouvir, não enxergar para enxergar, sentir o vazio para ser preenchido, se isolar para conectar e da luz existir somente com a sombra.
Tecidos são entrelaçamentos de fios e tramas, sua flexibilidade nos acompanha há milhares de anos. O tule, tem um significado de maleabilidade, transparência, armação, se sustenta e quando tem a cor preta traz referência ao luto.
As sombras nas fotos foram criadas com luzes sobre o tule preto e branco, as tramas expostas juntamente com a transparência das sombras do tecido, que ora aparece como um véu ora como uma névoa, se desenharam na parede branca.
A partir disto, fotografei sombras, com a luz. A representação de uma realidade ecoa juntamente com o significado antagônico dos sentidos, da forma de encarar esta realidade onde estamos imergidos.
E assim veio toda a síntese deste processo antagônico, as sombras que se conectam à luz, às nebulosas, às estrelas, árvores, queimadas, antepassados, povos, da energia que está em tudo, da pandemia que pode ter vindo também para nos despertar.