Zé Maria
Cadastrado em 31/10/2020
Data:
2020
Tipo de obra:
Cerâmica
Técnica:
Tinta acrílica em modelagem manual
Dimensões:
A 0,05 x L 0,03 x P 0,04
Localização:
Pontos turístico de Brasília
Cor primária:
Cor secundária:
Descrição:
Esse é o Zé Maria, ele não é Zé nem Maria, ele é a materialização da passionalidade guardada no viver das tardes vazias de seca de Brasília. Fiz meu incomodo virar gente, pra poder olhar de frente e entender como funciona um ser no mundo. Ele guarda a insignificância e miúdez das complexidades que a gente carrega calado. Quantos e quais corpos guardam um lugar?
E pensar que praticamente só Zé Maria estaria na rua para poder ver o espetáculo solitário do mundo. Zé Maria feito do barro, eterno, insignificante e frágil.. Penso quantos caminhos ele pode ter percorrido? Um lar, um altar, o lixão?
Um corpo no mundo, e é pensando nos rastros do meu próprio corpo que eu o deixo... Vão ficando por aí pra quem quiser carregar...
A vida e a natureza brincam com nossa pequenês. Enquanto homens pequenos e repugnantes brincam de ser gigantes. Desafiam a ciência, xingam as mães e abraçam seus aliados.
A última vez que eu cheguei tão perto do congresso nacional foi em 2013. E pensei todas as transformações que vivemos de lá pra cá, vendo meu boneco incrédulo a olhar o monumento.
"Horizontes amplos, cidade quadrada. Corpo de barro, ser de terra. Infinidade inalcançável. Como se o orgânico fosse vivo?... Parece que esse bonequinho tá sem rumo na vida. Esperando alguma coisa acontecer.. ele tá meio sozinho, sentado, pensando sobre a vida. Relaxando de boa curtindo o cerrado, pegando um sol parado pensando.
A dimensão e o contraste das peças minimalistas e o espaço ocupado diante da 'imensidão' me dá um sentimento de pertencimento e ao mesmo tempo distanciamento.
Trás a tranquilidade de reflexão do ambiente e, em outras, a solidão, por ser só mais um corpo no enquadramento. Me faz pensar no sentido de estar."