Porco espinho

Autor: Bemdbarro

Cadastrado em 31/10/2020

Data: 2019
Tipo de obra: Cerâmica
Técnica: Modelagem manual
Dimensões: A 0,08 x L 0,07 x P 0,07
Localização: Feito em casa
Cor primária: esmalte branco
Cor secundária: ceramica crua
Descrição: “Aquela mesma que Aristóteles coloca como verossímil é o produto comum da obra e do todo. O persuasivo nasce em sua intersecção.”
A esculturinha: Pouco tempo antes do meu torno chegar eu estava com alguns quilos de barro parados lá em casa. Até que um dia tive o insight mais essencial de todos que é se lembrar das outras formas de modelagem de barro, as mais naturais e intuitivas, com a mão!
Decidi fazer uma escultura. A presença de algo material em pé, que exprime alguma sensação ou emoção sempre me contemplou. Da minha escultura eu sabia que saltavam tiras irregulares de barro e que ela tinha todo espaço e direito de ser feia. Poder me reconhecer nesse processo de se fazer artista ou artesã foi muito libertador e, como forma de testar essa liberdade, minha primeira escultura queria materializar algo que eu sentia na época . Algo abstrato que eu pudesse brincar com a multiplicidade que o barro tem.
Eu sabia que ela vinha de uma vontade de visualizar um dos meus processos cármicos na vida, sobre critica e autocritica. Ela foi feita pra mim, assim eu podia autenticar a surpresa que sua forma seria. Em sua existência pensei sobre como materializar minha relação com as imperfeições. Que são intrínsecas, umbilicais e ambivalentes. Essa relação de amor e ódio das coisas, das coisas como são. Pois meu amor se constrói sobre as imperfeições e as raivas que elas dão. E o saldo? Eu cosntruí uma peça super frágil, delicada, quebradiça, irregular, ‘feia’ como tinha de ser, porém branca, suave e imaculada.