Raul, São Paulo

Autor: Raphael Franco


Cadastrado em 17/06/2021
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Data: 2015
Tipo de obra: Colagem
Técnica: Impressão fotográfica e cola neutra sobre papel
Dimensões: A 0,50 x L 0,90
Localização: Acervo pessoal
Cor primária: Cor secundária: Descrição: Em diversas cidades por onde habito, perpasso, percorro, observo as edificações com fascínio e atenção. A forma e os detalhes de suas fachadas, sua organização estrutural pulsam diante de meus olhos, como seres dotados de uma energia juvenil, ansiosos para compartilhar estórias, segredos de seu tempo. Tempo este que se mede desde sua não-existência, passando por sua pré-existência, concepção, construção, estado de ser no tempo-espaço, e quem sabe, sua pós-existência – ou seja, no momento em que deixarão de existir, dando lugar ao futuro.

Janelas, caixilhos, gradis, colunas, portas e toda a organização destes elementos constitui uma entidade – entidade casa, entidade prédio – imbuída de magia urbana, uma espécie de aura que se expande e espalha por diversos espaço-tempos, traçando linhas narrativas de uma espécie de código genético de cada espaço que lhes acolhe, abriga. As edificações são as cidades, as cidades são suas edificações.

A esta energia de concreto, pedra, aço, plástico e tantos outros materiais se soma a energia humana, aquela que forma o tecido humano, que dá a identidade cultural ao espaço. A circulação de pessoas, a habitação, a troca de energia e vivências nas ruas e edificações agrega ainda mais corpo a estes corpos-cubos, invólucros contentores de múltiplas existências.

Edifícios com particularidades idiossincráticas habitam cidades e são habitados, compõem a paisagem e revelam segredos, intenções à respeito do espaço público e privado.

Aqui, no Brasil, a miscigenação étnica transcende o âmbito social, humano, desdobrando-se na arquitetura, subindo pelas paredes dos edifícios, sobretudo os mais antigos.

Ao habitar e transitar por capitais como São Paulo, Recife e Rio de Janeiro, me transporto como que numa projeção, a Bruxelas, Londres, Paris, Amsterdam… este fenômeno de subversão da realidade presente traz a magia que envolve o dialogo silencioso das paredes, aliado à vida pulsante que as circunda.

Fotos da obra

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